Devido a uma série de condicionalismos, a Europa Ocidental viveu, entre o século XII e o século XV tempos ora de renovação, ora de recessão.
No século XII a Europa feudal foi percorrida por um certo fervilhar, provocado por um lento crescimento económico causado por:
è Alterações na prática da agricultura (novos utensílios e mais terras);
è Aumento da produção;
è Aumento da população;
è Ressurgimento urbano – recuperação do comércio (economia de mercado);
è Crescimento das cidades;
è A circulação da moeda, a movimentação dos produtos e da riqueza e poder de compra (especialmente da nobreza), permitiram o nascimento de uma economia mercantil e monetária;
è Surgem então os cambistas e os bancos privados que recebiam depósitos, faziam empréstimos, realizavam operações de câmbios (entre outros);
è Construção de catedrais: os arranha – céus da Idade Média.
Toda esta expansão económica provocou também grandes alterações sociais e políticas: a burguesia (habitantes da cidade – mercadores, letrados, artesãos) cresceu, cresceu, procurou lucro e uniu-se em prósperos organismos profissionais – as corporações ou mesteres de artes e ofícios e as bolsas para os artesãos.
Os reis concederam estatutos jurídicos próprios em troca do apoio dos burgueses à centralização do seu poder. A esta emancipação da burguesia junta-se a emancipação administrativa das próprias cidades dos poderes feudais e senhoriais e assim aparece a comuna.
A comuna era o concelho ou comunidade de burgueses, conduzindo o povo, após grandes lutas e revoltas conquistaram o governo das cidades.
Todas estas características levam a crer que, este período histórico é essencialmente de carácter urbano.
As sociedades da época organizavam-se sobretudo sob diferentes regimes políticos: as monarquias hereditárias e os estados teocráticos como o Estado do Pontifício, principados e républicas e cidades estado.
Mas sob o crescimento económico escondia-se uma certa fragilidade: mudanças no clima, alteração nos preços dos cereais, excesso de consumo, crescimento urbano desequilibrado e fomes que provocariam uma recessão económica em muitas regiões.
Acrescenta-se ainda a guerra dos 100 anos que apesar de ser entre a França e a Inglaterra, se generalizou por toda a Europa.
Mas foi a peste negra, trazida do Oriente que provocou a maior quebra demográfica (morreu metade da população europeia. Com ela veio a desvalorização da moeda, o aumento da carga fiscal e o empobrecimento da população que se revoltou contra a nobreza exigindo mais direitos como o da participação no governo da cidade.
Esta crise afeta também a Igreja, que se encontrava dividida entre dois Papas.
Tudo isto levou às heresias, superstições, pânico, terror práticas coletivas de penitência que contrastavam contra o gosto pelo luxo e a valorização dos bens terrenos.
As cidades não paravam de crescer, de se animar, de se estender aos subúrbios ao longo das estradas. Nelas a catedral ou a sé tornou-se o símbolo do poder do bispo e dos burgueses. A Sé tornou-se um motor na religiosidade, do poder político e económico e é no seu adro que se realizam as feiras e as representações teatrais , se faz a justiça (junto ao pelourinho) e se trocam ideias.
Nas cidades velhas, o espaço urbanizado teve de aumentar e por isso foi necessário fazer novas muralhas;
As cidades novas nascidas do cruzamento de estradas, em locais de feira (cidades francas), perto do mar ou de uma abadia ou da evolução de uma aldeia.
As plantas das cidades seguiam a malha reticular ou o esquema radioconcêntrico.
No entanto permaneciam circundadas por uma ou mais muralhas.
O espaço era ocupado por : igrejas, conventos, casas comunais, casas de nobres e burgueses – palácios , ruas, bairros com lojas, oficinas das confrarias, hospitais, pequenos campos agrícolas, a praça principal e ruas.
Porém a cidade não tinha abastecimento de água canalizada, nem esgotos nem segurança na rua. De qualquer modo a catedral e o espaço evolvente (centro da cidade) e perto, a praça, são locais de reunião e de festa que tornavam as cidades polo de atração das populações circundantes.
A cultura Cortesã
Durante toda a Idade Média, reis e nobres tinham como única profissão a guerra. Os seus divertimentos consistiam em grandes caçadas e jogos (como as justas) e torneios, que contribuíam para a preparação e manutenção de uma boa forma física.
Baseada nas alterações ocorridas no século XII desenvolveu-se uma cultura nova, baseada no ideal cavaleiresco e cortês valorizava-se o amor, a lealdade, a paz, a elegância e o prazer.
Estes valores revelaram-se na literatura , na música e nas danças (individuais e colectivas)
Entretanto a igreja foi criticando os valores da época , a peste e a morte aproximam-se e as danças macabras e imagens de vaidade vão tomando conta do imaginário da Idade Média e os corpos e rostos nas artes passam a representar inquietação e ascetismo.
Biografia
Dante Alighieri
Foi um letrado que viveu no período Gótico e escreveu a divina comédia em língua vulgar, ou seja, foi o primeiro Homem a escrever na sua própria língua e não na língua ‘’oficial’’, ou seja, ou latim. Nesta obra Dante reflete o pensamento, criticas filosóficas, sociais e religiosos . Utilizou o uso da fantasia para descrever imagens auditivas e visuais como o Inferno. Este entendimento da fé e dos sentimentos religiosos aproximam Dante duma cultura classicista, mais erudita e perto da dos escritores do Renascimento.
Acontecimento , Peste Negra
A Peste Negra de 1348 foi a epidemia que mais profundamente atingiu a Europa. Foi trazida do Oriente e teve o seu primeiro porto de entrada em Itália através dos barcos de comércio. As pessoas infetadas manifestavam sintomas invulgares que começavam por pequenas manchas negras à volta de cada picada de pulga, os gânglios inflamados nas virilhas e pescoços.
Atingiu toda a Europa e matou cerca de 1\3 ou 1\2 da população não poupando jovens, velhos, ricos pobres ou animais. O medo e o desespero levou a população a procurar ‘’bodes espiatórios’’ , chegaram até a massacrar judeus e leprosos.
Levou a existirem mais peregrinações, donativos à Igreja e flagelações colectivas.
Tal mortalidade cousou desequilíbrios na cidade, no Estado e implicou transferência de pessoas de umas aldeias para outras, mortificando circuitos de comércios e criando novos ricos.
Suscitou o Horror e a imaginação dos artistas da época. Apesar de tudo, deve-se à peste negra a expansão da construção de hospitais, albergarias e leprosarias, a partir de doações feitas pela população.
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